Eu sou o mensageiro

22/06/2011 22:06
Por Rafael Rocha

A história de “Eu sou o mensageiro”, do mesmo autor de “A menina que roubava livros”, Markus Zusak, pode ser amada ou odiada pelos leitores, no começo o livro parece um pouco com livro de auto-ajuda ou até mesmo com o seriado “My name is Early”, no qual o personagem principal fica obcecado com o Karma, e sai da vida bandida tentando corrigir os erros que fez nada vida. Muito parecido com o que acontece com Ed Kennedy, um taxista de 19 anos, que após impedir um assalto ao banco de sua cidade, acidentalmente, fica relativamente famoso e começa a receber cartas (de baralho) anônimas, com inscrições de endereços às vezes sem sentido algum, que o leva a pessoas que de alguma maneira necessitam de ajuda.
 
A linguagem do livro é bastante coloquial, narrada na 1ª pessoa, com o uso de gírias e expressões comuns de um jovem, às vezes até com palavrões. Outra diferença é na estrutura do texto com frases curtas e capítulos sem padrão de tamanho.
 
“Eu sou um mensageiro” é um grande jogo de baralho. As mensagens que Ed recebe vêm escritas em Ases dos quatro naipes. A cada nova carta, Ed precisa do que se trata, e tentar ajudar as pessoas que estão na carta, muitas vezes pessoas que ele nem conhece. Com histórias emocionantes, engraçadas e medíocres.
 
O personagem principal é cativante, apesar de não ser bonito confiante e se autodenomina um fracasso na cama. No entanto, tem um coração de mãe, e se sensibiliza com cada carta que ele recebe. Outros personagens marcantes da história é Marv, o melhor amigo pão-duro, que proporciona algumas das cenas mais engraçadas e emocionantes do livro; A idosa, Milla, que solitária, confunde Ed com seu falecido marido, e seu cão de estimação, o fedorento Porteiro.
 
O livro não apesar de ter um pouco de cenas violentas, é não ser de ação, é mais um melodrama, muito bem conduzido durante todos os capítulos. Para quem gostou de “A menina que roubava livros” e mesmo que não conheça o autor, “Eu sou o mensageiro” é uma ótima leitura, que prende o leitor até o final. E quando este chega, Ed e seu cão fedorento fazem uma falta.